sexta-feira, 1 de julho de 2011

Análise do Documento Tucídides, Historia da Guerra do Peloponeso, livro 1, capítulos 5-8; Atenas, século V


                O documento analisado nos remete a uma época de necessidades e violência, sinalizando a ausência de uma política capaz de regular e administrar as tensões surgidas no dia-a-dia, das quais dependiam muitas vezes a própria sobrevivência da aldeia. As dificuldades eram muitas e não havia um plano pré-concebido para responder as questões inerentes a todas as sociedades humanas, num tempo de poder desigual. No contexto de busca por saídas, a partir das situações vivenciadas p a pirataria mostrou-se  como saída possível significava uma reação como forma de luta com as constantes “necessidades”, conferindo tanto  glória á audácia de homens corajosos que saqueavam e aumentavam seu poder, como também  suprimento ás necessidades dos mais vulneráveis.

               Nos remetendo a imaginação á uma cena de barbárie, o poder fragmentado formando pequenos núcleos de opressão, sem limites de atuação determinados. As aldeias eram atacadas por estes homens em busca de valores e alimentos, e assim agiam sem nenhum constrangimento, sendo até glorificados, pois suas investidas eram justificadas pela sobrevivência de muitos outros. “Moralidade” e “ética”, eram conceitos inexistentes.

             Tratando-se de uma atividade comum a diversos povos, o exercício da pirataria com êxito era ponto de honra. Os poetas antigos se referiam a eles demonstrando que aqueles homens não negavam sua natureza e não eram censurados por tal motivo. Pilhavam inclusive no continente, sendo essa prática uma herança de tempos anteriores, legada pelos costumes de seus antepassados.   
 
            Os habitantes continentais viviam segundo esses antigos costumes e formavam diversos grupos de indivíduos, que tinham em comum o porte de armas. Teriam se armado para pilhar e para se defender inicialmente, se reunindo eventualmente  com outros em prol de um objetivo comum. A posse de armas lhes garantiam outras posses defendendo prioritariamente seu espaço e sua própria vida. Este seria um traço marcante, traduzindo em si mesmo a mais possivel igualdade  entre os homens.

            A preocupação com a segurança é resultado da necessidade de proteção da aldeia, já demonstrando o desenvolvimento da economia. As cidades que se formavam e acumulavam reservas de recursos tiveram que preocupar-se com segurança, levando a pensar na localização geográfica da aldeia, geralmente no meio de outras menores, como estratégia, devido a ação dos saqueadores. Exerciam influência sobre as aldeias menores, porém a ausência de leis facilitava a pilhagem interna das quais, aqueles que não tinham como se defender, eram vítimas constantes.

            A prática da pirataria pode ser observada através de provas arqueológicas. Um bom exemplo se vê num trecho do documento, através da avaliação feita na época da purificação de Delos, quando foram encontrados túmulos seguindo determinado padrão. Um maior contato entre os continentes se deu através da colonização, quando Minos formou sua frota marítima e expulsou os malfeitores.


                  No texto, é possível notar que conforme   as necessidades se apresentam,  provocam a adaptação e a organização dentro da comunidade, moldando o cotidiano daquele povo, respondendo as demandas que surgiam. A organização militar, formaliza uma ação que se tornou recorrente diante da violência de uns contra outros, um mecanismo necessário no sentido de regular tais ações. Esse contexto não reconhece o sentido de propriedade privada, que surge em outro momento como desdobramento das soluções encontradas para resolver o impasse da pilhagem da aldeia. Portanto a  propriedade  era comum e todos compartilhavam da mesma necessidade de proteção.


Mirna Galesco Dias – Disciplina: História da Antiguidade Oriental –
Profº Fábio Augusto Morales

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