quarta-feira, 29 de junho de 2011

Relatório sobre o Texto: UMA MORFOLOGIA DA HISTÓRIA: AS FORMAS DA HISTÓRIA ESCRITA


         Este relatório foi elaborado a partir da leitura do artigo de autoria de Norberto Luiz Guarinello, que define as formas de se produzir historiografia fundamentada em conceitos científicos. Aponta-nos o método, o caminho em direção ao diálogo com as fontes, para que possamos perceber suas possibilidades, delimitando uma fôrma onde devemos trabalhar, preenchendo com o resultado de nossas pesquisas.
        Quando buscamos legitimar um argumento, este deve estar fundamentado e inserido num contexto específico. Temos que compreender os conceitos relativos ao tema que abordamos, no caso da História Antiga, o autor nos expõe com clareza a necessidade de um método mais eficaz, quanto possível, para vislumbrarmos a possibilidade de organizar informações desconexas de maneira que justifique nosso estudo do passado.
        Ao olharmos para o passado através da História Antiga, que conhecemos no presente, vemos uma generalização imensa, como se o observássemos de longe. Podemos notar suas particularidades e articulações ao nos aproximarmos e estabelecermos os diversos recortes possíveis Num processo de desmontagem da história que chega até aos dias de hoje, podemos identificar algumas características das diversas épocas e lugares. É um terreno de infinitas possibilidades, mas o historiador só resgata aquela que está dentro de suas limitações, ou seja, os que estejam fundamentadas em fontes legitimam.
        Isso nos leva a refletir não só sobre a necessidade de o historiador possuir uma ampla visão, obtida através do conhecimento das diversas linguagens, escritas ou não, mas também o método. É o que ordena, conceitua os vestígios e fragmentos deixados pelo tempo, lhes atribuindo sentido, identificando suas particularidades e estabelecendo uma comunicação clara entre o historiador e suas fontes, permitindo a formulação de questões passíveis de serem respondidas, ou não.
        O acesso ao passado se dá pelo presente, e as diversas analogias possíveis entre épocas separadas pelo tempo nos acenam com a possibilidade de reconstituirmos um tempo específico, mas nunca de recriá-lo como exatamente existiu.

(Texto de Norberto Luiz Guarinello)

Mirna Galesco Dias
Disciplina: História da Antiguidade Oriental - Profº Fábio Augusto Morales
 


CRIACIONISMO X DARWINISMO - SEMINÁRIO - HISTÓRIA DA ANTIGUIDADE ORIENTAL

O que embasa a visão criacionista do mundo é a Bíblia, que relata em seus capítulos I e II, abaixo transcritos, a origem do mundo e da humanidade.

Capítulo I

1. No princípio criou Deus os céus e a terra.
2. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3. E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
5. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
6. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
7. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.
8. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
9. E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.
10. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.
11. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.
12. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
13. E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
14. E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
15. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.
16. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
17. E Deus os pós na expansão dos céus para iluminar a terra,
18. E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.
19. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
20. E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.
21. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
22. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.
23. E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
24. E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.
25. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, servos-á para mantimento.
30. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
31. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.


Capítulo II

1. Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.
2. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
3. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.
4. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus,

A partir do versículo cinco do capítulo II, ocorre o relato de uma versão diferente sobre a origem do mundo e da humanidade:

5. E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.
6. Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra.
7. E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
8. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pós ali o homem que tinha formado.
9. E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
10. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
11. O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.
12. E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardónica.
13. E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.
14. E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.
15. E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pós no jardim do Éden para lavrá-lo e o guardar.
16. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
17. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
18. E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.
19. Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20. E Adão pós os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21. Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar;
22. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
24. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

Introdução ao Livro do Gênesis 

Ao ler os textos escritos na Bíblia, requer do leitor certa cautela devido à multiplicidade de informações que podem ser encontradas num único capítulo ou trecho. Os livros contidos na Bíblia, tal como é definida a própria palavra de origem grega, conjunto de livros, reunidas a partir do VI a.C, reforça a idéia de variação de informações.
O estudo sobre a criação do universo e do homem encontra-se no primeiro livro de um conjunto que forma o chamado Pentateuco (palavra de origem grega que quer dizer cinco livros) ou Torá. Esses cinco primeiros livros, para os judeus, são considerados os mais importantes contendo nelas as leis e o enredo histórico do surgimento de seu povo.
Esse conjunto, vale lembrar, como analisa Fox, não foram escritos por Moisés, mas por um grupo, devido aos estilos e composições diversificas (FOX, 1993, p. 20).
No Pentateuco, de acordo Lima, foram identificadas várias tradições como as Javistas (J), Eloístas(E), Sacerdotais(S) e Deuteronomistas (D). Cada tradição provém de determinado momento histórico, para o caso dos nomeados de javistas, reúnem escritos do século X e narra a história do Rei Salomão e da Corte de Jerusalém; os eloístas contém escritos do final do século IX, ou antes, meados do século VIII, no qual o foco da narrativa seguem os meios proféticos do Reino do Norte, no qual viveram os profetas Elias, Eliseu, Oséias; a tradição sacerdotal trás os acontecimentos e as preocupações sacerdotais oriundos de Jerusalém, ele foi composto durante o exílio da Babilônia, em torno do século VI; e a tradição deuteronomista que relata a história de Moisés e a ligação do povo à Lei de Deus, os textos remontam entres os anos de 587 e 538 a.C. (site – católicos net)
Como parte da análise que se segue tem o objetivo de interpretar a origem do Universo e surgimento do Homem, durante os dois primeiros capítulos do livro do Gênesis, dividem-se os capítulos, respectivamente entre: cosmocêntrico e antropocêntrico.

Origem do ser humano e do Universo no Gênesis

A consciência de inteligência, escolha e reflexão, na concepção bíblica, vem, por excelência, de Deus. O Eu (humano) até completar seu desenvolvimento, veio através de um criador, Deus. E o primeiro livro, o Gênesis em dois capítulos aborda, segundo Gaarder, Hellern e Notaker que as duas narrativas seguem modelos diferentes de interpretação a origem do Universo: a primeira pertenceria a vertente cosmocêntrica enquanto a segunda antropocêntrica. Para aprofundar a discussão sobre as origens, os próprios redatores no rodapé da Bíblia de Jerusalém apresentam uma excelente explanação acerca das origens:

Este relato (Gênesis 1, 1-30; 2, 4a), que procura contar as “origens do céu e da terra” é uma verdadeira “cosmogonia”, diferente de 2, 4b-5, que se pode qualificar de “antropogonia”; enquanto o segundo relato fala essencialmente da formação do homem e da mulher, este pretende oferecer uma visão completa da origem dos seres segundo um plano refletido. Tudo vem à existência sob ordem de Deus e tudo é criado segundo uma ordem crescente de dignidade. (BÍBLIA DE JERUSALÉM, 2002, p.33)

Os primeiros versículos do livro do Gênesis, portanto, são artísticos. Os autores os escreveram com base nos conhecimentos que tinham em sua época. Assim, exige uma leitura detalhada de cada trecho.

Leitura dos versículos sobre as origens do Mundo e do Homem no Gênesis

De acordo com Gaarder, Hellern Notaker, no início do livro do Gênesis, como já apresentados anteriormente, dividem-se entre:

A) Visão Cosmocêntrica:

Nas leituras dos versículos selecionados todos possuem comentários que refletem a interpretação tanto de estudiosos judeus e cristãos, como apresentados pelos autores supracitados, enumerados abaixo:

1) Gênesis 1, 1-10: A criação do céu e a terra e dia e noite, formando o primeiro dia; a formação do firmamento no segundo dia;
2) Gênesis 1,11-13: Criação da vegetação. Entende-se que Deus está preparando a Terra para sua criação;
3) Gênesis 1,14-19: A lua e o sol são chamados de luzeiro maior e menor, por que os antigos, principalmente os egípcios adoravam esses astros.
4) Gênesis 1, 20-23: Criação dos peixes e animais dos céus, Deus proferi uma bênção, no qual os pássaros encheram os céus do mar inferior do superior vivendo somente em nossa atmosfera. Os hebreus não tinham uma definição de ar e chuva, acreditavam que a água da chuva estava armazenada no céu, logo, desconheciam o ciclo da água.
5) Gênesis 1, 24-25: Em latim, doméstico significa casa e são aqueles que têm convívio como homem. Ao contrário das aves não houve bênção, pois não teria necessidade de encher a Terra e sim sua criação principal, o Homem.
6) Gênesis 1, 26-31: Nota-se solenidade destes versículos, mesmo sendo um momento majestoso. Há também a imagem do retrato de Deus no homem aqui na Terra. A abordagem sobre a semelhança de Deus ao homem seria a liberdade e a vontade; a escolha e a responsabilidade, desta forma, o homem é o único animal racional condicionado a se comunicar com Deus, sendo amigo, fiel e obediente.
Assim, nos três primeiros dias, Deus criou e nos outros três dias Deus ornamentou a Terra, inclusive fez a criação do homem e da mulher.

B) Visão Antropocêntrica:

A visão antropocêntrica elucida o surgimento do homem e da mulher, estes semelhantes a Deus e, depois, a queda deles ao pecado, no qual foram tentados pela serpente e punidos ao sucumbirem, isto é, Deus os expulsa do Jardim do Éden, castigados a trabalharem e a morrerem um dia para ir ao céu.
1) Gênesis 2, 4-25: A primeira referência do trecho é a respeito do Éden. A própria palavra Éden significa monte, mas o autor imaginou que Deus os colocou num oásis, também chamado de Paraíso. Para os exegetas, o Éden não foi um lugar histórico, necessariamente para eles, não importar se existiu ou não, na verdade seria uma representação de um lugar agradável.
O segundo, mais adiante, é o tema da morte, no qual seria uma transposição daqui para a Vida Eterna.
A terceira refere à Árvore do Bem e do Mal, cujo significado seria comparada a uma ciência que não cabe aos humanos entendê-los, mas a Deus. Dessa forma, não agiriam por conta própria e gananciosamente, como outrora fizeram Adão e Eva, tentados a comer do fruto proibido e não resistiram.
O quarto refere-se à imagem da água citado no trecho significa a vida.
A quinta imagem trata sobre o que Deus fez no homem (Adão) e a mulher (Eva), seres incompletos e caberia a eles se unirem e se completarem no amor de um pelo outro.
O amor de um pelo outro procederia ao Estado de integridade, cuja situação que se encontravam, ou seja, podiam permanecer nus, sem acanhamento, mas se quando passaram a usar roupas, como nós a andarem cobertos, representa na interpretação do narrador bíblico, decorrência da perca desse estado de integridade, gerado no pecado. Nota-se que a linguagem é puramente simbólica, o autor disse isso, mas não foi o primeiro pecado. Mesmo apesar de terem pecado, o amor não sofreu e nem perdeu sua integridade.
Por fim, o sexto item e identifica a imagem do que o primeiro pecado era: o orgulho, de usurpar a autoridade divina, através de uma rebelião, ao se considerarem autossuficientes.
2) Gênesis 3,7-8: Os seus olhos se abriram para o mal, devido a desobediência, rebeldia e auto-suficiência.
Uma personagem muito presente entre Deus e o homem, figurada na serpente do Gênesis, ela tem inteligência, fala a fim de personificar o Diabo, uma vez que a serpente, naquela época do autor Javista, representava o órgão sexual masculino, que era idolatrado. Na intenção de abominar a idolatria e as orgias, o autor personificou o Diabo à serpente.
A despeito disso, o julgamento de Deus, na passagem, iniciou-se pela serpente (símbolo) ao esconjurar o Diabo e em seguida a mulher, culpando-a pelo pecado do outro. Nesse julgamento Deus amaldiçoa a serpente, quanto ao homem e a mulher, Deus se compadeceu, mas antes, puniu-os: a mulher em sua feminilidade submissa ao homem e, o homem, de cultivar a terra, pois antes tudo estava pronto, não era punição cultivar. E, os dois, além dessas punições, sofreriam a dor da morte, ou seja, teriam de morrer para chegar à vida eterna.

A Bíblia 

Bíblia, do termo grego que significa “livros”, não consiste em um livro só, mas em uma coletânea de livros, que juntos, compõem a sua unidade, livros esses escritos por diversos autores, de regiões diferentes, no decorrer de séculos.
“Contem 66 livros diversos, escritos ao longo de um período de mais de mil anos. Eles trazem lenda e história, poesias e narrtivas, discursos, leis, teses, cartas e, no Novo Testamento, os quatro relatos sobre a vida de Jesus (1989, p-217).
A Bíblia, é um documento de fé. Ela alimenta a fé, a convivção religiosa, a crença subjetiva. Para os cristão, a Bíblia foi escrita por inspiração divina, tendo Deus como seu autor. A ênfase da Bíblia não está em COMO Deus criou o mundo, mas no fato de que foi Ele quem o criou, ou seja, a vontade divina por trás da existência do universo.
Foi o primeiro livro impresso, na imprensas de Gutemberg, por volta de 1450-1455, e desde então, é o livro mais editado. Na antiguidade, antes do conhecimento tipográfico, milhares de pessoas copiavam-na cuidadosamente. Ainda hoje existem nas bibliotecas e museus da Europa centenas de manuscritos em grego e em latim.
Já foi traduzida para 270 línguas e alguns trechos podem ser encontrados em mais de 1600 línguas (1989 p-216).
É uma das obras mais divulgadas, mais vendidas e a mais profundamente pesquisada na literatura universal. É o livro mais lido no mundo, hoje e em toda a história humana. Nenhum outro livro teve maior importância literaria que a Bíblia.
“Nenhum livro na história da humanidade jamais produziu um efeito tão revolucionário, exerceu uma influência tão decisiva no desenvolvimento de todo o mundo ocidental e teve uma difusão tão universal como o “Livro dos Livros”, a Bíblia. (1955, p-425)
É um livro sem par, estudado por cientistas, entre eles historiadores, teólogos, filólogos e arqueológos e, ainda, por mais que se descubra sobre ela, há uma enormidade de perguntas a serem respondidas a seu respeito.
A Bíblia constiste na mais antiga história escrita de que há registro no mundo. Seus livros surgiram muito antes de haver algo como história comparada ou analise das fontes. No entanto, a finalidade dos livros bíblicos não é relatar a história, mas sim, dar a ela uma interpretação religiosa. Pode, no entanto, ser compreendida como uma exposição da história, pois ela relata a história de povos e suas crenças e costumes, em regiões e épocas diferentes.

A Teoria da Evolução das Espécies 
Teoria e Desmistificação.

A Teoria da evolução das espécies causa polêmica em torno da origem do universo e sua estruturação dentro de uma lógica cientifica e racionalizada opondo-se as convicções divinas e sobrenaturais da criação do mundo explicitadas na teoria criacionista.
Em nossa apresentação objetivamos identificar e desmitificar os conceitos e paradigmas até então construídos e legitimados por diversos erros de interpretação, atribuindo a esta Teoria, variáveis significativas que em muito a deturparam de seu sentido original.
A relutância em aceitar algumas conclusões desta teoria não atenta para o detalhe de percebermos o quanto a visão de mundo se expandiu e quantos caminhos se abriram para o estudo da biologia e para a instrumentalização da ciência.
Um ponto importante a se destacar é que evolução não é sinônimo de progresso. Darwin foi criterioso e em seus textos não há uma linha sequer a respeito de melhoria das espécies (o que não significa que, em alguns casos, isso não possa de fato ocorrer). Tal interpretação foi dada por Herbert Spencer (1820-1903), um notório filósofo evolucionista.
Ser mais bem adaptado não significa ser melhor ou mais desenvolvido. Criaturas simples como bactérias, por exemplo, são mais bem sucedidos que o homem em termos evolutivos.
Iniciaremos nosso percurso, definindo primeiramente a teoria a partir da leitura do primeiro capítulo do livro a "A Origem das Espécies Por Meio da Seleção Natural” publicado por Darwin no ano de 1859. Abordaremos os temas abaixo explicitados:
• Variabilidade Genética
- Causas;
- Variabilidade direta - Ação direta
- Variabilidade indireta - Ação indireta
- Variabilidade indeterminada
• Princípios de Seleção Natural
- Variação correlativa
- Seleção consciente / Inconsciente
- Seleção sexual
- "Capacidade seletiva do homem"
• Metodologia e idéias gerais.
• Distribuição geográfica
• Relações geológicas entre os habitantes atuais e os passados.
• As espécies não foram criadas independentemente, elas descenderam;
• Modificação, adaptação e seleção natural;
• Não se deve somente as questões externas (clima, alimento)
• Meios de modificação e adaptação mútua;
• A variação em estado doméstico – é pelo menos possível uma grande modificação hereditária;
• Quão grande é poder do homem ao acumular por sua seleção pequenas variações sucessivas;
• A seleção natural produz inevitavelmente uma extinção:
“Como de cada espécie nascem ainda mais indivíduos dos que podem sobreviver, e como, em conseqüência disso, há uma luta pela vida, que se repete freqüentemente, segue-se que todo ser, se varia, por débil que esta possa ser, de algum modo proveitoso para ele sob as complexas e ás vezes variável condições de vida terá maior probabilidade de sobreviver e assim ser naturalmente selecionado.”
• Hereditariedade – toda variedade tenderá a propagar sua nova e modificada forma;
• Divergências das características – fenômeno pós extinção.
“Estou completamente convencido de que as espécies não são imutáveis e de que as que pertencem ao que se chama mesmo gênero são descendentes diretos de alguma outra espécie, geralmente extinta, da mesma maneira que as variedades reconhecidas de uma espécie são as descendentes desta. Além do mais estou convencido de que a seleção natural foi o meio mais importante, mas não o único de modificação.”
Variabilidade Genética
A variabilidade genética significa na teoria darwinista as transformações ocasionadas pelas condições de vida diferentes produzidas por efeitos naturais, forçando a adaptação das espécies. As condições de vida atuam de duas maneiras: diretamente sobre todo o organismo ou apenas sobre algumas partes, e indiretamente, afetando o aparelho reprodutor.
A variabilidade direta - Ação direta.
Na ação direta o organismo é afetado diretamente pela natureza das condições de vida, produzindo efeitos de descendência determinados e indeterminados:
o Determinados – descendentes de indivíduos submetidos a certas condições, durante várias gerações e que se modificam da mesma maneira. Compreender as pequenas mudanças. Uso e desuso de órgãos. Exemplo: Pato doméstico X pato selvagem.
Pato doméstico Pato selvagem
Voa menos e anda mais Voa mais e anda menos.
Ossos inferiores mais fortes Ossos superiores mais fortes
Indeterminados – Mudança das condições – Particularidades e distinções entre indivíduos da mesma espécie e que não podem ser explicadas pela hereditariedade. Pequenas particularidades que distinguem os indivíduos da mesma espécie e que não é hereditária.
• Anomalias/monstruosidades: Não podem ser tomadas como os efeitos indeterminados das condições de vida sobre cada um.
Variabilidade indireta - Ação indireta.
Na ação indireta o meio interfere nas relações de produção, colocando o aparelho reprodutor como elemento em continua transformação.
• Aparelho reprodutor >> sensível a mudanças (condições do ambiente)
• Em cativeiro é difícil ou pouco provável a reprodução.
“A natureza das condições é de importância secundária em comparação com a natureza do organismo.”
“a natureza da centelha que incendeia uma massa de material combustível para determinar a natureza das chamas.”
Variação correlativa.
• Exemplo: A cor e as particularidades de constituição juntas.
o “Escolhemos animais negros da ninhada para criar, pois só eles têm mais probabilidades de sobreviver.”
• Leis da correlação: uma particularidade modifica ainda que involuntariamente parte da estrutura.

Diferença da variedade doméstica e do estado natural.

Variação entre os ambientes domésticos. Diferenças estruturais.
Variedade em relação às espécies primitivas.

• Os animais domésticos descendem de um tronco único ancestral?

Seleção inconsciente

• Tenta possuir obter filhotes dos melhores indivíduos.
o Adquirir bons cachorros como pode e depois obtém filhotes de suas melhores cadelas sem intenção nem esperança de modificar.
Processo gradual de aperfeiçoamento mesmo que inconsciente.
o “Mas os horticultores da época clássica que cultivavam as melhores peras que puderam, jamais pensaram nos esplendidos frutos que comeriamos nós, ainda que em algum pequeno grau, devemos nossos excelentes frutos a ter eles escolhido e conservado as melhores variedades que puderam encontrar.”

• Casualidade
• Sobrevivência acidental
• Combinação inconsciente
• Seleção continuada
• Seleção natural



“O homem mal pode selecionar, ou só pode fazê-lo com muita dificuldade, alguma variação de conformação, exceto as que são exteriormente visíveis, e realmente raramente se preocupa pelo que é interno.”

O homem só seleciona o que a natureza dispõe.

“O homem que primeiro selecionou um pombo com cauda ligeiramente maior, nunca sonhou que os descendentes daquele pombo chegaram a ser mediante muito prolongada seleção, em parte inconsciente e em parte metódica.”

Aperfeiçoamento prolongado.

Circunstâncias favoráveis á capacidade seletiva do homem.

Variabilidade em um grau maior:
Grande número de indivíduos – importância para o sucesso.
Estimado pelo homem:
Merece atenção.
Isolamento do país:
Escassez e ausência de raças diferentes – cruzamento.

“A mudança de condições de vida é de suma importância na produção da variabilidade, tanto atuando diretamente sobre o organismo como indiretamente influindo no aparelho reprodutor.”

A variabilidade está regida por muitas leis desconhecidas dos quais os do crescimento correlativo é provavelmente a mais importante.

Semelhanças e expressões em homens e animais
Em 1877 é publicado o livro “A expressão das emoções nos homens e nos animais”, vai delinear e relacionar o comportamento entre homens e entre os animais Ao final de suas observações, Darwin estabeleceu três princípios baseados em fatos observados tanto em homens como em animais, conclui:

-O principio dos hábitos associados úteis- A partir da força do hábito, os mais complexos movimentos podem ser realizados sem o menor esforço. Fisiologistas afirmam “que a força condutora das fibras nervosas aumenta com a freqüência de sua excitação". Isto pode ser observado nos nervos motores e sensitivos e no ato de pensar. Isso devido á uma tendência de certos movimentos, que são herdados devido a sua utilização.

O principio da antítese- Atribuem as espécies que por um determinado estado de espírito, chegam a realizar as tarefas habituais e passam a agir e a se movimentar mesmo que isso não tenha a menor utilidade.

O principio das ações devidas à constituição do sistema nervoso, totalmente independente da vontade e num certo grau do hábito- Quando o sistema sensório é estimulado gera força nervosa em excesso. Está é transmitida em certas dependendo da conexão entre as células nervosas e parcialmente do hábito; ou o fornecimento de força pode ser aparentemente interrompido.
A seu ver, estes princípios são responsáveis, a partir de emoções e sensações pela maioria de expressões e gestos involuntários observados tanto em homens como animais.

• Darwinismo: O Debate

Apesar das transformações e avanços reais obtidos pela ciência a partir da teoria desenvolvida por Darwin, nos dias de hoje suas idéias são consideradas perigosas devido a diversos equívocos interpretativos. No final do século XIX, o chamado darwinismo social, se propôs a uma leitura dos diversos comportamentos individuais aplicando os princípios da seleção natural.
A leitura equivocada, feita por alguns pseudocientistas na época, serviu de embasamento para legitimar uma possível inferioridade racial e diversas posturas criminosas, justificando a competição no universo capitalista – “só os fortes sobrevivem”- deturpando e desviando dessa forma a proposta de Darwin em sua Teoria da Evolução.
A apropriação da obra para legitimar a eugenia, proposta pelo primo de Darwin, o cientista britânico Francis Galton (1822-1911), fundamentou sua pesquisa sobre o método de “aperfeiçoamento genético de raças pela seleção artificial – a reprodução de seres entre indivíduos considerados superiores em intelecto, força física e saúde. A mesma linha teórica foi adotada pelos nazistas para promover a “limpeza” étnica e racial durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Outros âmbitos acadêmicos, como a sociobiologia (1970), e a psicologia evolutiva (1990), se valeram da Teoria da Evolução para fundamentar diversas teses, e são duramente criticadas pelos evolucionistas.

Outra corrente de pensamento - a Criacionista- coloca-se como a principal adversária do evolucionismo por entender que este busca refutar seus dogmas religiosos. Nos Estados Unidos, o evolucionismo é combatido e apresentado nas escolas de maneira a reforçar as bases de teorias criacionistas. Sua mais recente argumentação visa a oferecer uma interpretação alternativa da Teoria da Evolução na grade escolar - a teoria do “design” inteligente - tentando provar a existência de uma intervenção superior – Deus – que orienta a evolução, sendo essa não um mero resultado de um “acidente “de mutações genéticas, invertendo desta forma o pensamento racional em favor do pensamento sobrenatural.
O próprio Darwin nunca argumentou com a fé e nem questionou sobre Deus. Pertencia a uma família cristã e sabia bem sobre as implicações da teoria proposta. Pesquisou em segredo durante vinte anos e relutava em apresentar suas descobertas à sociedade da qual fazia parte. Esta sociedade sofreu dois golpes em suas estruturas; primeiro com Copérnico, ao afirmar que a Terra não era o centro do universo, e sim o Sol; e depois em Darwin, com a afirmação de que o ser humano não é superior aos outros habitantes do planeta e nem dono de seu destino. Sua teoria não afirma haver um progresso no sentido evolutivo que elevasse o ser humano a uma categoria inferior, ou superior, biologicamente falando.
A obra de Charles Darwin e a Bíblia dos judaicos cristãos ocidentais pertencem a diferentes esferas e, portanto dispõem de elementos teóricos de construção diferentes, e por este motivo a confrontação gera conflitos interpretativos. Uma teoriza o mundo material percebido pelos sentidos humanos, e outra sobre o imaginário religioso. Não atua no mesmo campo ainda que sejam resultados atingidos pelo pensamento humano a partir de observações focadas em dois caminhos aparentemente antagônicos. O mesmo ocorre ao se tentar um confronto com qualquer outro mito da criação independentemente de sua região ou cultura. Não são teses antagônicas e sim paralelas.

Escravidão e legitimação.

Em três de julho de 1832, Darwin em sua viagem pela costa da América, a bordo do Beagle, veleiro inglês e ficou horrorizado ao visitar o Brasil por causa dos maus tratos dispensados aos escravos. Darwin chega a deixar explicito que nada justifica a escravidão, nem a miséria e nenhuma espécie de evolução que justificasse tal dominação e crueldade. Em sua passagem pelo Brasil, além de seu deslumbramento pela biodiversidade, escreveu em suas anotações do livro Viagem de um naturalista ao Redor do Mundo em 1839, corrido posteriormente:
“É algo aterrador ouvir os crimes monstruosos que se cometem e escapam sem punição. Se um escravo mata seu senhor, depois de ficar confinado, ele se torna propriedade do governo. Não importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é seguro que em pouco tempo ele estará livre. Todos aqui podem ser subornados.”
Neste pequeno trecho relatado percebemos implicitamente que Darwin não compactuava com a teoria da dominação do homem sobre o homem, não fazendo uma sequer referência á raças inferiores, ainda que seus princípios teóricos tenham servido como justificação para tal.
Não seria a primeira vez que uma tese sendo mal interpretada causaria danos a um grupo entendido em sua diferença com sinal de inferioridade. Durante a Inquisição a Bíblia teve a mesma função, por erro de interpretação, muitas vidas arderam em suas fogueiras; justificou também o massacre de indígenas na América, a dominação Africana, sempre em nome de uma superioridade auto-infligida ao homem branco.
• Biografia
Charles Darwin, naturalista inglês, nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury. Robert Darwin, seu pai, era Físico, filho de Erasmus Darwin, poeta, filósofo e naturalista. A mãe de Charles, Susannah Wedgood Darwin morreu quando ele tinha oito anos de idade. Com dezesseis anos, Darwin deixou Sherewsbury para estudar medicina na Universidade de Edinburgh. Repelido pelas práticas cirúrgicas sem anestesia (ainda desconhecida na época), Darwin parte para a Universidade de Cambridge, com o objetivo (imposto pelo seu pai) de tornar-se clérigo da Igreja da Inglaterra. Sai da Universidade e vai dedicar-se a Historia Natural, onde produz conhecimentos que causarão transformações profundas na mentalidade humana, tornando sua visão mais abrangente em relação ao mundo em que vivemos.


A polêmica do ensino: Darwinismo x Criacionismo

Após o lançamento do livro A Origem das Espécies, em 1838, escrito por Darwin, várias polemicas foram levantadas e muitas delas permaneceram até os dias atuais e ainda podem ser lidas em artigos de revistas jornais. A polêmica a ser apresentada aborda a questão do ensino do criacionismo e do darwinismo ministrado atualmente pelas escolas.
O Colégio Presbiteriano Mackenzie, de São Paulo, trocou os livros comumente usados de ciências por apostilas traduzidas da Associação Internacional nos Estados Unidos. Na 4ª serie é apresentada a versão criacionista, somente na 5ª serie em diante o Darwin é ensinado.
Já os adventistas produziram uma reformulação total nos livros didáticos de ciências, contrapondo a teoria da Bíblia à ciência em diversos capítulos e deixando claro que a segunda nem sempre é verdadeira, além de escreverem: “Muitos ensinam a evolução como se ela fosse um fato cientificamente comprovado. Isso não é verdade e nem honesto, já que não se podem provar cientificamente as origens da vida”.1
As escolas evangélicas batistas deixam evidentes as desconfianças dos livros didáticos sobre a introdução do criacionismo nas aulas de ciências, preferem os livros didáticos convencionais, que também são usados pelas escolas laicas, mas também introduzem o criacionismo por meio da Bíblia e de livros de apoio sobre temas religiosos.
Em outras escolas evangélicas, é aceito que os animais evoluam ao longo das eras, porém, afirmam que uma espécie não pode ser gerada de outra completamente diferente e muito menos que o homem e os macacos possuem ancestrais comuns. Não obstante, explicam que os fósseis seriam de animais que morreram durante o dilúvio bíblico, que data de 2400 a.C. E que dinossauros teriam sido extintos nesse mesmo período e não 65 milhões de anos atrás. Os evangélicos acreditam que o mundo foi criado em 4004 a.C., esta data foi estabelecida no século XVII pelo bispo irlandês James Ussher.
Em 2004, na época em que Rosinha Garotinho governava o Rio de Janeiro, tentou-se implantar aulas de religião com viés criacionista nas escolas do estado. E ainda em abril do mesmo ano, Rosinha Garotinho declarou publicamente que não acreditava na teoria da evolução. Contudo o projeto da governadora trouxe muita polêmica na comunidade cientifica, e apesar de oficialmente implantado, não vingou.
Essa disputa não fica contida somente no Brasil, nos Estados Unidos ocorreram diversos embates judiciais. Duas dezenas de estados norte americanos já criaram leis que obrigam os colégios a ensinarem o criacionismo. No entanto, os criacionistas norte americanos se reúnem em organizações muito influentes e com forte lobby político, que de tempos em tempos aperfeiçoam seus argumentos para desqualificar Darwin.
O mais recente argumento para o ensino do criacionismo nas escolas seria a liberdade acadêmica, que deve ser mantida a qualquer custo. A lei da Louisiana afirma “ajudar os professores a criar nas escolas ambientes que promova o pensamento critico, a analise lógica e a discussão objetiva das teorias cientificas”2, e também “deve-se incentivar os alunos a analisar com objetividade as teorias estudadas”3. Algo que serve apenas de aspiração para que os criacionistas universalizem suas ideias nas salas de aula.
Pesquisas divulgadas pelo portal Terra, em 03 de fevereiro de 2009, mostram que 50% dos britânicos são contra a Teoria da Evolução, uma vez que esta “não explica a complexidade da vida na Terra, além de acreditar que um criador foi o responsável por este processo, sugeriu uma pesquisa divulgada pelo jornal Daily Telegraph.”4 E ainda a pesquisa aponta que um em cada três britânicos acreditam que Deus criou o mundo há 10 mil anos.
Em noticia publicada pelo site O Globo, em 21 de novembro de 2006, relata sobre um “Atlas da Criação” ilustrado que foi produzido na Turquia, em que o autor defende que a Teoria da Evolução de Darwin causa terrorismo, além de a tese: “a sobrevivência dos mais adaptados” inspirar o racismo, o nazismo, o comunismo e o terrorismo. O suposto autor islâmico, Haruh Yahya, seria uma visão do criacionismo islâmico.
“O criacionismo é tão amplamente aceito no país que a Turquia ficou em último lugar numa recente pesquisa realizada em 34 nações sobre a aceitação da evolução entre a população.
- O darwinismo está morto - afirmou Kerim Balci, do Fethullah Gulen, um movimento islâmico moderado sem ligação com os criacionistas que produziram o atlas.
Cientistas afirmam que muçulmanos fervorosos no governo estão tentando pressionar o sistema educacional turco, que tem tradicionalmente uma abordagem secular.
O professor de biologia Aykut Kence, da Universidade Técnica do Oriente Médio em Ancara, disse que neste ano foi eliminado da programação de aulas da oitava série o tempo para discutir a evolução.
- Os estudantes vão apenas aprender que existe uma teoria chamada evolução, defendida por Darwin no século XIX - contou ele. - No entanto, foram incluídas visões de pensadores islâmicos da Idade Média sobre evolução e criação.”5

(Seminário apresentado em aula de História da Antiguidade Oriental - Puc 2011, em grupo)




Referências bibliográficas:

DARWIN, Charles; Viagem de um Naturalista ao Redor do Mundo, Cia Brasil Editora- Rio de Janeiro-1937
DARWIN, Charles; A Origem das Espécies, A origem das espécies, São Paulo, Hemus, 1981
DARWIN, C. A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, SP, Companhia das Letras, 2000.
FOX, Robin Lane. Bíblia: Verdade e ficção. Tradução: Sérgio Flaksman; São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henri. O livro das religiões. Tradução: Isa Maria Lando; São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
JERUSALÉM, Biblia de,. Traduzida para o português da edição em língua francesa “Les Éditions Du Cerf, Paris, 1973. São Paulo: Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus.
LIMA, Cleodon Amaral de. Pentateuco: Introdução. In: htto://www.catolicanet.net/padrecleodon/sagradas_com_php?tipo-sagradas&idenT=254. Acessado em: 14 de abr. 2011.
http://pensador.uol.com.br/autor/Charles_Darwin/biografia/
http://educacao.uol.com.br/atualidades/charles-darwin-teoria-da-evolu. jhtm
1 ROMANINI, Carolina. “Onde Darwin é só mais uma teoria”. Revista Veja. 2009, fevereiro, 11.
2 Idem.
3 Idem.
Internet
4 http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3490355-EI8147,00 Mais+de+dos+britanicos+sao+contra+Teoria+da+Evolucao.html acessado dia 06/04/2011 às 08:00.
5 http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2006/11/22/286751218.asp acessado dia 06/04/2011 às 08:16.
http://pensador.uol.com.br/autor/Charles_Darwin/biografia/
http://educacao.uol.com.br/atualidades/charles-darwin-teoria-da-evolu. jhtm